Glaucoma tem cura? O que é Glaucoma, Causas, Sintomas e Tratamento ?
O Glaucoma é considerado o “ladrão silencioso da visão”, pois geralmente os pacientes não são capazes de perceber os sinais e sintomas da doença, até que ela já esteja em um nível mais avançado. Embora não exista cura para o Glaucoma, na maioria dos casos a doença pode ser controlada com tratamento e uso de colírios. O Glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível, uma doença crônica que dura toda a vida, e é necessário que o paciente mantenha a continuidade do tratamento para reduzir a pressão intraocular e evitar a perda de visão. Quanto mais rápido se descobrir e iniciar o tratamento, menor será a perda de visão.
Atenção: não espere um sintoma para procurar o oftalmologista!
A doença Glaucoma engloba um grupo de patologias com diferentes características e sintomas, que têm em comum a lesão do nervo óptico e resulta em alteração do campo visual, geralmente relacionada ao aumento da pressão intra-ocular. O nervo óptico poderia ser comparável à “um cabo para transmissão da informação de uma câmera digital ao computador.”
Na doença Glaucoma o nervo óptico perde fibras de neurônios da retina responsáveis por enviar os impulsos visuais do olho ao cérebro.
Infelizmente o Glaucoma é uma doença quase sem sintomas e silenciosa na fase inicial, e grande parte dos casos procuram o médico oftalmologista com um grau avançado da doença, levando à cegueira irreversível, produzindo assim grandes perdas individuais e sócio-econômicas, tornando a pessoa inapta para o trabalho e as atividades normais.
O que é Pressão intra-ocular?
A pressão intra-ocular é a medida da pressão interna dos olhos, que quando está mais alta que o normal pode causar a doença Glaucoma. Esta pressão intra-ocular trata-se da quantidade de “humor aquoso”, o líquido interno do olho. Quando a pressão intra-ocular está em níveis muito altos, há perda e destruição das células nervosas do nervo óptico, ou seja, a pessoa pode perder parcialmente ou totalmente a visão. É importante medir a pressão dos olhos regularmente em uma visita ao médico oftalmologista, pois quanto antes seja descoberto uma alteração, pode ser feito o tratamento do Glaucoma.
A pressão intra-ocular aumentada (pressão interna do olhos) é o principal fator de risco para o aparecimento do Glaucoma, não existindo contudo uma relação direta entre um determinado valor da pressão intra-ocular e o início da doença, ou seja, enquanto uma pessoa pode desenvolver dano no nervo óptico com uma pressão intra-ocular relativamente baixa, outra pode ter a pressão intra-ocular elevada durante anos sem apresentar lesões e perda da visão. Por isso é importante uma consulta de rotina com médico oftalmologista experiente pelo menos uma vez ao ano! “Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menores serão os danos à visão e mais eficiente será o tratamento”, completa o oftalmologista Gustavo Bonfadini.
“Quando o paciente tem Glaucoma, o humor aquoso (liquido interno do olho) não é drenado suficientemente, desta forma a pressão intra-ocular aumenta”, explica Dr.Gustavo Bonfadini.
Caso não seja tratado, a Doença Glaucoma causa lesão permanente do nervo óptico, e resultando em diminuição progressiva do campo visual e perda da visão periférica, podendo progredir para perda total da visão e cegueira. Quando se manifesta em sua forma aguda, a pressão interna do olho fica tão alta que causa perda súbita e grave da visão.
Qual o valor normal da pressão do olho e Qual é o limite da pressão dos olhos?
Estudos científicos demonstram que a pressão intraocular normal pode variar de 10 a 21,5 mmHg, mas sabemos que cada paciente responde diferente a mesmos níveis de pressão. Há pacientes que apresentam Glaucoma com pressão baixa e outros com pressão mais alta.
Qual a chance de uma pessoa ter Glaucoma?
A Organização Mundial de Saúde (OMS), relata que o Glaucoma é a segunda causa de cegueira no mundo, e estima-se que mais de 70 milhões de pessoas com Glaucoma Primário de ngulo Aberto (GPAA) e Glaucoma ngulo Fechado. Como não é possível prevenir o glaucoma, a melhor maneira de evitar o avanço da doença é o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
Estima-se que no Brasil mais de um milhão de adultos, idosos e crianças apresentem Glaucoma e muitas vezes sem conhecimento que tem a doença.
Pessoas de todas as idades podem ter Glaucoma?
Para os pesquisadores, pessoas acima de 40 anos apresentam maior risco de desenvolver a doença, assim como pessoas cujos pais tiveram Glaucoma e os pacientes com Diabetes. Por isso a importância da consulta anual, no mínimo, com médico oftalmologista.
Abandono do tratamento do Glaucoma.
Custo do colírio e falsa crença de que pressão intraocular está sob controle, devido a falta de sintomas usando ou não os colírios, podem infelizmente fazer alguns pacientes desistirem do tratamento. Porém, a baixa adesão ao tratamento do Glaucoma agrava a doença e a interrupção da medicação piora o estágio do Glaucoma e faz com que o paciente perca visão periférica inicialmente e com o tempo haja o risco até de cegueira.
O que é Visão Periférica?
A visão periférica é a capacidade de uma pessoa enxergar pontos a sua frente e ao redor do seu campo visual, ou seja, é aquela que se forma fora da mácula, na periferia da retina. Esta visão periférica não é rica em detalhes como a visão central.
O que é Perda da Visão Periférica e Visão Tubular?
A visão tubular é um sintoma do Glaucoma em estágio avançado, onde apenas a visão central é percebida e o paciente começa a tropeçar e esbarrar em objetos, porque a percepção periférica é ausente, prejudicando assim as funções diárias. Neste estágio a retina central está funcionando e a visão central pode estar normal inclusive e, durante o dia não impossibilitar a leitura ou atividades normais do cotidiano do paciente. Mas, durante a noite, o problema se agrava com a falta de luz e a pessoa costuma não se sentir à vontade para realizar ações simples como andar, ler, entre outros. Isso quer dizer que o paciente tem a sensação de que um tubo está a sua frente, assim como olhar através de uma janela a certa distância, você só consegue visualizar o que está a frente da mesma e, não consegue enxergar o que está ao seu lado de forma adequada nas laterais.
Quais os Principais Sintomas de Glaucoma e Pressão Alta nos Olhos?
Alguns sintomas do Glaucoma podem compreender a necessidade de:
Trocar com frequência o grau dos óculos;
Dificuldades para adaptar-se à ambientes escuros;
Perda de visão lateral;
Visão embaçada;
Aparecimento de halos ou arco-íris ao redor das luzes (casos raros);
Cefaléias (dor de cabeça) ou dor ocular intensa (casos raros).
As chances de ser portador de Glaucoma aumentam com a idade:
Geralmente apresenta-se em pessoas com mais de 35 anos;
Uma em cada 50 pessoas com mais de 35 anos possui glaucoma*;
Três em cada 100 com mais de 65 anos tem glaucoma*;
*Informações da Sociedade Nacional de Prevenção de Cegueira dos Estados Unidos da America (E.U.A.)
As pessoas com maior risco de desenvolver Glaucoma devem fazer exame ocular com regularidade, realizado por médico oftalmologista.
O Glaucoma raramente causa sintomas. Os sinais da doença na forma AGUDA são: DOR DE CABEÇA, DOR NOS OLHOS, AVERSÃO À LUZ e NÁUSEAS.
Na forma CRÔNICA o Glaucoma se causa diminuição da visão periférica. No começo a perda é discreta, e pode não ser percebida pelo paciente. Perdas de visão moderadas a severas podem ser percebidas pelo paciente através de exames atentos da sua visão periférica. Com frequência, a pessoa não percebe a perda de visão até apresentar a “visão tubular”, ou seja, apenas a visão central é preservada, o paciente começa a esbarrar em objetos, tropeçar, porque a percepção periférica é ausente.
Se o Glaucoma não for tratado, o campo de visão diminui cada vez mais, obscurecendo a visão central e finalmente progredindo para a cegueira do olho afetado. Não se deve aguardar pelos sintomas de perda visual, que são irreversíveis, mas podem ser prevenidos, atrasados ou estabilizados pelo tratamento com colírios e/ou cirurgia.
Que exame oftalmológico posso realizar para saber se tenho Glaucoma ?
Na pesquisa da presença de Glaucoma alguns exames oftalmológicos devem ser realizados, como:
– Medida da pressão intra-ocular (Tonometria de Aplanação);
– Medida da espessura da Córnea (Paquimetria Ultrassônica);
– Avaliação do Mapeamento de Retina: exame para avaliar se existe dano do nervo óptico gerado pelo Glaucoma;
– Gonioscopia (exame para classificar o tipo de glaucoma);
– Campo Visual, exame que avalia se ocorreu perda da visão periférica.
– Tomografia de Coerência Óptica (OCT) do nervo óptico, no qual consegue detectar precocemente uma perda de fibras de camada do nervo óptico antes de uma possível perda de visão.
Veja os principais tipos de Glaucoma:
Há diferentes tipos de Glaucoma, sendo o Glaucoma Primário de ngulo Aberto (GPAA) o mais comum, com quase 80% dos casos. O maior problema é que muitas pessoas não percebem os sintomas e não sabem que tem a doença, até o início da perda da visão. Entre os sinais mais comuns desse tipo da doença é a perda da visão periférica. “O paciente não apresenta sintomas, portanto é comum o paciente só descobrir que tem Glaucoma quando já há danos razoáveis e irreversíveis no nervo óptico e na visão”, ressalta o médico oftalmologista Dr. Gustavo Bonfadini.
– Glaucoma Primário de ngulo Aberto (GPAA):
No Glaucoma Primário de ngulo Aberto (GPAA) os canais de drenagem dos olhos vão sendo gradualmente obstruídos por partículas minúsculas e microscópicas ao longo de meses ou anos. Esse tipo de Glaucoma é “aberto” porque os canais não estão visivelmente bloqueados (ao serem examinados com uma lâmpada de fenda), mas ainda assim a drenagem através deles é insuficiente.
A pressão ocular aumenta lentamente, pois o líquido é produzido normalmente, mas sua drenagem é lenta. É caracterizada por ser uma síndrome de lesão do nervo óptico associada a ângulo aberto da câmara anterior do olho e alta pressão intraocular. É a forma mais frequente de Glaucoma, é comum depois dos 35 anos, mas, por vezes, aparece em crianças e adolescentes. A doença tem tendência para aparecer em vários membros de uma mesma família e é mais comum entre pessoas com Diabetes e com Miopia. Desenvolve-se com maior frequência e pode ser mais grave nas pessoas de raça negra.
Este tipo de Glaucoma crônico pode evoluir mais lentamente se tratado. Acredita-se que seja hereditário. Visto que não apresenta sintomas, muitos pacientes têm dificuldade em entender porque é necessário um tratamento sem interrupção e continuo com medicamentos.
Este tipo de Glaucoma não é acompanhado por sintomatologia inicialmente. A pressão intraocular sobe lentamente, geralmente nos dois olhos, causando lesão no nervo óptico e causando provocando uma perda da visão lenta e progressiva. A perda visual começa na periferia do campo de visão e, se não for tratada, acaba por se estender por todo o resto do campo visual e, finalmente, provoca cegueira.
Geralmente a pessoa não tem dor e muitas vezes não percebe que está perdendo lentamente a visão até os últimos estágios do Glaucoma. Entretanto, quando a visão se encontra alterada, o dano é irreversível.
Seguir corretamente a orientação médica e usar regularmente a medicação é crucial na prevenção da perda visual. Discuta os efeitos colaterais da medicação com seu médico oftalmologista, vocês precisam atuar como um time nesta batalha contra o Glaucoma.
– Glaucoma de Ângulo Fechado:
O Glaucoma de ângulo Fechado, é menos comum, neste tipo, os canais de drenagem nos olhos ficam bloqueados ou fechados porque o ângulo entre a íris e a córnea é muito estreito. Este tipo de Glaucoma é “fechado” porque os canais estão visivelmente bloqueados. Na maioria das pessoas este ângulo apresenta aproximadamente 45 graus. Quanto mais estreito o ângulo, mais próxima estará a íris da malha trabecular e mais difícil será a drenagem do líquido interno do olho (humor Aquoso). O bloqueio pode ocorrer de repente (Glaucoma de ângulo Fechado Agudo) ou lentamente (Glaucoma de ângulo Fechado Crônico). Se o bloqueio ocorre de repente, a pressão ocular aumenta rapidamente. Se o bloqueio ocorre lentamente, a pressão no olho aumenta lentamente como no Glaucoma de ângulo aberto.
Há uma tendência de que esta seja uma doença hereditária, mais comum em pessoas descendentes de asiáticos e também em pessoas com Hipermetropia.
Após os 50 anos e com o envelhecimento, o Cristalino (lente natural do olho) torna-se opaco, a isto chamamos de Catarata. A habilidade do fluxo interno do líquido do olho (humor aquoso) de passar entre a íris e o Cristalino em seu caminho para a câmara anterior diminui, causando aumento da pressão de fluído atrás da íris, estreitando ainda mais o ângulo de drenagem do liquido interno do olho.
O número de pacientes com Catarata e Glaucoma coexistentes, vêm crescendo nas últimas décadas, por conta do aumento da expectativa de vida na nossa população. Ambas, quando não tratadas, podem levar à cegueira. Por isso muitas vezes é indicada a realização de Cirurgia de Catarata.Felizmente é possível combinar em um mesmo procedimento o tratamento para as duas doenças.
Quando o paciente com Glaucoma requer uma cirurgia para controle da pressão intraocular e já apresenta Catarata, pode ser uma ótima oportunidade para remoção da Catarata em conjunto na mesma cirurgia.
A Cirurgia de Catarata pode ser combinada com a Trabeculectomia, que é a cirurgia filtrante clássica do Glaucoma, mas também podem ser adotadas outras técnicas como a Canaloplastia, Endociclofotocoagulação e implante dos novos STENTS microcirúrgicos.
Porém, Cuidado! A cirurgia de catarata no paciente com Glaucoma pode ser mais complicada devido às alterações anatômicas que podem existir no Glaucoma, como por exemplo a pseudoesfoliação, que é uma situação onde todas as estruturas de sustentação do cristalino estão fragilizadas. E a possível ocorrência de picos de pressão no pós-operatório deve ser monitorada e controlada para evitar piora do Glaucoma.
– Glaucoma Agudo:
No Glaucoma Agudo a pressão intraocular aumenta muito rápido, em algumas horas e causar muita dor e dependendo deste aumento de pressão, essa dor pode ser tão intensa que pode causar dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos. Os olhos ficam vermelhos e lacrimejam bastante, a córnea fica com edema e esbranquiçada, fazendo com que a visão possa ficar borrada.
O Tratamento do Glaucoma Agudo é uma condição de emergência pois caso haja demora no início do tratamento, o paciente pode perder a visão de forma permanentemente. Pode haver também o desenvolvimento de Catarata.
Ataques repetidos de Glaucoma Agudo, geralmente ocorrem em ambientes escuros como teatros e cinemas, pois em ambientes escuros ocorre a dilatação da pupila, ou seja, aumento no seu tamanho. Quando isso acontece, há máximo contato entre o cristalino e a íris, o que deixa o ângulo estreito e pode desencadear uma crise de Glaucoma Agudo. Sabe-se também que a pupila também dilata em momentos de estresse e ansiedade, e que muitas vezes o Glaucoma Agudo pode ocorrer nestas situações de estresse intenso.
Medicamentos com ação farmacológica anticolinérgica (como por exemplo: antidepressivos tricíclicos – ADT, antipsicóticos de baixa potência, antiparkinsonianos e inibidores da monoamino-oxidase – IMAO) podem em alguns casos, precipitar crise de Glaucoma de ngulo Fechado, portanto é importante avaliação com seu médico oftalmologista antes de utilizar tais medicações. Caso a pessoa possua um ângulo estreito, deve-se preferir o uso de inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRS – fluoxetina, sertralina, paroxetina, citalopram) e antipsicóticos de alta potência (haloperidol). Pacientes com Glaucoma de ângulo aberto podem usar drogas com efeito anticolinérgico, desde que com acompanhamento oftalmológico.
Uma variedade de drogas também pode levar a uma crise de Glaucoma Agudo por causar dilatação da pupila. Estas incluem: antidepressivos (ex: topiramato), medicações para gripe, anti-histamínicos e algumas medicações para o tratamento de náuseas.
Por isso é importante o atendimento médico multidisciplinar nestes casos, muitas vezes o médico oftalmologista deve acompanhar este paciente junto ao psicólogo ou médico especialista em Psiquiatria (psiquiatra) e/ou Neurologia (neurologista) para ajuste de algumas medicações utilizadas nestes pacientes.
Um ataque agudo de Glaucoma pode ser tratado com uma combinação de colírios que diminuem o tamanho da pupila e a produção do líquido intraocular. Assim que a pressão tenha baixado para níveis mais seguros, o médico oftalmologista poderá realizar uma iridotomia a Laser.
Iridotomia a Laser é um procedimento realizado no consultório que consiste na utilização de um feixe de Laser para restaurar o fluxo do líquido intraocular através de uma pequena abertura na íris. É aplicado um colírio anestésico que evita qualquer dor. O procedimento é realizado em alguns minutos e pode ser feito preventivamente no olho que não foi afetado, já que é comum o acometimento de ambos os olhos em épocas diferentes.
Dentre os exames de rotina, a Gonioscopia é indicada para tentar prever com alguma antecedência uma crise de Glaucoma Agudo de ngulo Fechado. Pacientes com ângulos estreitos podem ser advertidos quanto aos sinais e sintomas de uma crise e desta forma procurar tratamento imediatamente – em alguns casos a iritotomia ou iridectomia é indicada.
O Glaucoma de ngulo Fechado nem sempre se apresenta de forma aguda, pois muitas vezes os pacientes desenvolvem o que chamamos de Glaucoma Crônico de ngulo Fechado. Nestes casos, a íris vai fechando gradualmente drenagem do líquido intraocular sem sintomas associados. Desta forma ocorrem aderências entre a íris e o sistema de drenagem do olho, e lentamente ocorre aumento da pressão. Quando o paciente é tratado com medicação, como pilocarpina, um ataque agudo pode ser prevenido, mas a forma crônica da doença ainda continuará a poder acontecer.
– Glaucoma de Pressão Normal
O Glaucoma de Pressão Normal é uma neuropatia óptica caracterizada por redução da camada de fibras nervosas da retina, aumento da relação escavação/disco e defeito de campo visual, porém sem evidência de aumento da pressão interna do olho. Os pacientes com Glaucoma de pressão normal constituem um grupo heterogêneo em que várias condições sistêmicas de saúde podem ser encontradas e apresentam sinais clínicos nos olhos somente facilmente identificados nos estágios muito avançados neste tipo de Glaucoma. E seu tratamento apresenta desafios maiores do que os existentes no tratamento dos Glaucomas com aumento da pressão intraocular.
– Glaucoma Pós-Trauma
Tratamento do Glaucoma
O tratamento de Glaucoma tem como objetivo reduzir a pressão alta do olho, que é o principal sintoma do Glaucoma, a partir daí fica mais fácil resolver outros problemas causados. Esse tratamento é feito, em geral, com o uso de medicamentos do tipo colírio pingado nos olhos com certa periodicidade determinada pelo médico oftalmologista.
Se os colírios não conseguirem diminuir de forma adequada a pressão dos olhos, pode ser necessária uma cirurgia de Glaucoma. Esta pode ser feita através de duas técnicas: a Trabeculoplastia, que é um procedimento a laser para o Glaucoma e, a Trabeculectomia uma cirurgia mais convencional.
Importante ressaltar que embora estes tratamentos possam prevenir a perda irreversível da visão, eles não revertem os danos já causados pelo Glaucoma. Por isso, o diagnóstico e o tratamento do Glaucoma devem ocorrer o mais cedo possível.
Tratamento do Glaucoma com uso de Colírios: Esses colírios podem inicialmente causar sensação de ardência ou irritação nos olhos. Apesar de desconfortável, este desconforto não dura mais do que alguns segundos. É importante utilizar sua medicação exatamente como seu médico a prescreveu. Exemplo: colírios com prescrição de duas vezes ao dia tem usualmente uma ação de 12 horas. Em razão da absorção dos colírios pela corrente sanguínea, é importante relatar ao seu médico quaisquer outros medicamentos em utilização no momento.
Dr. Gustavo Bonfadini relata que já existem novos colírios com 3 medicações em 1 único frasco de colírio, desta forma o tratamento é feito através da aplicação de uma gota do colírio, duas vezes ao dia. “Mais de 70% dos pacientes com glaucoma utilizam mais de uma medicação, e geralmente os colírios vêm em frascos separados, desta forma as medicações em um único colírio melhora a aderência ao tratamento do Glaucoma”
Aprenda a pingar corretamente um colírio no olho!
Mesmo que todos os medicamentos possuam potenciais efeitos adversos, é importante observar que a grande maioria dos pacientes relatam efeitos colaterais com o uso dos colírios.
Tratamento do Glaucoma com uso de Medicações Orais: Em alguns casos o uso dos colírios pode não ser suficientes para controlar a pressão do olho.
Nestes casos, a medicação via oral pode ser empregada junto aos colírios do tratamento do Glaucoma. Esta medicação em comprimido age diminuindo a produção do liquido interno do olho, porém, apresenta mais efeitos adversos do que os colírios.
É importante levar esta informação também aos seus outros médicos. Fazendo isso você estará contribuindo para que eles não lhe prescrevam drogas que possam causar interações medicamentosas perigosas.
Tratamento do Glaucoma com Trabeculoplastia ou Cirurgia a Laser:
O que é Trabeculoplastia ou Cirurgia a Laser?
A trabeculoplastia, é um método eficaz no tratamento do Glaucoma Primário de ngulo Aberto considerado não-invasivo, apresentando efeitos adversos e efeitos colaterais menores que os demais procedimentos cirúrgicos.
Neste procedimento há a drenagem do fluido para fora do olho. Alguns pacientes precisam continuar tomando os medicamentos mesmo depois do procedimento para efetivar os resultados.
Tratamento do Glaucoma com Cirurgia de Trabeculectomia:
O que é Trabeculectomia?
Na trabeculectomia é confeccionada uma drenagem no olho, ou seja, uma intervenção para a drenagem natural bloqueada com a finalidade de diminuir a pressão intra-ocular. A trabeculectomia assume a forma de uma válvula e a pressão do olho é aliviada, pois o fluido pode agora ser drenado através da nova válvula.
Manter a pressão intraocular em níveis baixos, sob controle, é chave para prevenção da perda visual nos casos de Glaucoma!!!
Tratamento do Glaucoma com Cirurgia de Implante de Drenagem:
O que é Cirurgia de Implante de Drenagem?
Os Implantes de Drenagem para tratamento do Glaucoma são dispositivos compostos por um longo tubo de silicone posicionado tipicamente na parte anterior interna do olho. Os diferentes modelos de Implantes apresentam formatos e tamanhos distintos. O controle da pressão interna do olho está relacionado à capacidade de drenagem do liquido interno do olho (humor aquoso), que, por sua vez, resulta de uma relação entre resistência ao fluxo do líquido pelo tubo de drenagem.
Alguns implantes de drenagem aqui descritos e ilustrados que apresentam registro perante a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA):
Novo tratamento com Cirurgia Micro-Invasivas do Glaucoma (MIGS):
Cirurgia de Catarata e tratamento Microinvasivo para Glaucoma – tudo em um único procedimento!
MIGS é um acrônimo do inglês Micro-Invasive Glaucoma Surgery ou Minimally Invasive Glaucoma Surgery. Recentemente vêm crescendo no mercado mundial as técnicas minimamente invasivas chamadas MIGS, que são pequenos implantes que ajudam a filtração natural do olho, geralmente implantados no mesmo momento da Cirurgia de Catarata.
A recuperação do paciente é muito mais tranquila e com menos complicações que as técnicas tradicionais classicamente indicadas para os Glaucomas de ngulo Aberto Primário ou Secundário. Esta técnica é contraindicada nos Glaucomas de ngulo Fechado (Estreito) e Glaucoma Neovascular. Converse com seu médico oftalmologista a respeito desta nova modalidade de tratamento.
Medicamentos e Hábitos de Vida Relacionados com GLAUCOMA:
Importante ressaltar que alguns fatores de risco para o Glaucoma:
– Familiares com Glaucoma;
– Pessoas Afrodescendentes;
– Idade acima dos 40 anos
– Miopia
Como o estilo de vida afeta o prognóstico do Glaucoma?
A consciência e mudança dos hábitos de estilo de vida do paciente portador de uma doença crônica é um desafio para o próprio paciente e também a todos os profissionais de saúde. Muitas vezes é difícil convencer o paciente que além da cirurgia, dos colírios e do acompanhamento oftalmológico regular, a pessoa precisa mudar também posturas e comportamentos para manter a doença sob controle.
Mudanças necessárias no estilo de vida:
Prática de exercícios
Posso ou não fazer exercícios tendo Glaucoma?
Segundo o oftalmologista Dr. Gustavo Bonfadini prática de exercícios é positiva! – particularmente exercícios aeróbicos e Yoga.
Em relação à praticantes de Yoga portadores de Glaucoma:
• Esteja em dia com o tratamento do seu Glaucoma antes de praticar.
• Obtenha aprovação do seu médico oftalmologista antes de praticar posturas invertidas ou qualquer posição que coloque sua cabeça para abaixo.
• Modifique ou substitua posições invertidas para reduzir seus efeitos na pressão na cabeça e consequentemente na pressão intraocular.
• Outros exercícios que envolvem posições de cabeça para baixo podem ser prejudiciais para o prognóstico da doença.
Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, avaliaram mais de 11 mil pessoas a partir dos 40 anos e descobriram que, entre os mais ativos fisicamente, a incidência de glaucoma era significativamente menor. Sim, exercício faz bem até para os olhos. Sugerindo assim que pacientes com Glaucoma Primário de ngulo Aberto (GPAA), que fazem exercícios aeróbicos se exercitam regularmente – pelo menos 3 vezes por semana – podem ser capazes de reduzir sua pressão intraocular em até 20%. Não há dúvida de que o exercício aeróbico é crucial para a boa saúde geral. Dr. Gustavo Bonfadini afirma “Se é bom para o seu coração, é bom para glaucoma. Se é bom para o seu cérebro, é bom para o glaucoma.”
No entanto, fique atendo com exercícios de musculação, pois uma pressão intraocular mais alta foi relatada durante a manobra de Valsalva, ação ocorre durante a tosse, o vômito, a tocar instrumentos de sopro – e às vezes o levantamento de peso. Esta manobra é feita quando prendemos a respiração ao fazer esforço durante a musculação.
Clique aqui para ter acesso ao Artigo cientifico: Intraocular Pressure Variation During Weight Lifting
“É importante dizer também que os exercícios físicos não têm efeito algum sobre o Glaucoma de ngulo Fechado. E podem, de fato, aumentar a pressão ocular em pacientes com Glaucoma do tipo Pigmentar. Exercícios de alto impacto podem liberar mais pigmentação da íris destes pacientes. É fundamental que o paciente glaucomatoso converse com seu médico oftalmologista sobre o programa de exercícios mais adequados”, aconselha o Dr. Gustavo Bonfadini.
Qual a relação da alimentação no paciente com Glaucoma?
1. Alimentos e suplementação com antioxidantes: a dieta provavelmente desempenha um papel pouco relevante para o desenvolvimento do Glaucoma.
2. Cafeína: alguns estudos científicos mostram que uma grande quantidade de cafeína ingerida em um curto período de tempo pode elevar a pressão do olho por até 3 horas;
3. Ingestão de líquidos: a ingestão de grandes quantidades (um litro ou mais) em um curto período de tempo, cerca de 30 minutos, pode aumentar a pressão intraocular em alguns pacientes. Porém pacientes com Glaucoma devem manter uma boa hidratação, mas devem fazer a ingestão de líquidos em pequenas quantidades, ao longo do dia.
Relação entre Óculos de Sol e Glaucoma
O Glaucoma pode deixar os olhos mais sensíveis à luz e ao brilho do sol.
“Os óculos de sol resolvem a questão e são importantes para a prevenção da Catarata e de outras doenças da retina como Degeneração Macular (DMRI) É importante lembrar que os óculos escuros não precisam ser caros. O mais importante é escolher óculos de sol ou Lentes de Contato com Proteção UV, que bloqueiem pelo menos 99% dos raios UVB e 95% dos raios UVA”, explica a oftalmologista Dr. Gustavo Bonfadini.
Veja reportagem com Dr. Gustavo sobre saúde dos olhos e uso de Óculos de Sol:
CUIDADO!!! Existem falsos profissionais que prometem cura ou tratamento do Glaucoma através de exercícios visuais, assim como com uso de remédios naturais e ervas, estes têm sido anunciados na Internet como “bons para o tratamento do Glaucoma”. ISTO NÃO É VERDADE !!!
Tente reduzir o estresse!
O stress pode agravar e desencadear uma crise de Glaucoma de ngulo Fechado, onde os sintomas clássicos observados são vermelhidão e dor intensa nos olhos, náuseas e vômitos. Uma das principais causas dessa lesão é o estresse.
Quando a pessoa tem níveis elevados de estresse, a pupila dilata, o que desencadeia um mecanismo denominado bloqueio pupilar, levando ao aumento da pressão intraocular, portanto pacientes com Glaucoma devem controlar os níveis de estresse, uma vez que as crises podem levar a danificação do nervo óptico, causando a perda de visão.
Importância da Conscientização do Paciente
O Glaucoma é uma doença crônica, portanto não tem cura, mas pode ser controlado. “O controle da doença é feito com o tratamento durante a vida toda. A realização de exames como a medida da pressão, do Campo Visual, Mapeamento de Retina, Tomografia de Coerência Óptica (OCT) do nervo óptico são fundamentais para evitar as complicações.
Relação entre Glaucoma com Diabetes e Hipertensão Arterial Sistêmica:
Existe relação de Hipertensão Arterial e Diabetes a um maior risco de Glaucoma. E quando ambas condições estão presentes, a probabilidade de desenvolver Glaucoma é ainda maior.
Relação entre Glaucoma com alguns Medicamentos:
Três classes de medicamentos podem ser prejudiciais em pessoas que têm Glaucoma ou são predispostos a desenvolvê-lo. A palavra “pode” é muito importante aqui, pois os riscos variam dependendo da droga, de como ela é usada, dos tipos de Glaucoma e do indivíduo em questão
– Corticoesteroides (cortisona)
– Remédios que baixam a pressão arterial ou afetam o fluxo sangüíneo;
– Remédios que provocam a dilatação da pupila.
Dia 26 de Maio – DIA NACIONAL DE COMBATE AO GLAUCOMA
Neste dia várias ações de prevenção e combate ao “ladrão silencioso da visão” estarão à disposição da população.
Visite a página no Instagram Dr.Gustavo Bonfadini: https://www.instagram.com/gustavobonfadini/
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Lembre-se: Este texto tem como objetivo informar o público e não substitui avaliação por médico oftalmologista, que é o único profissional capacitado para realizar o diagnóstico preciso e indicar o tratamento mais adequado para cada caso do problema nos olhos. Portanto, evite a auto-medicação e procure sempre o seu médico.
Autor: Dr. Gustavo Bonfadini.
Leia também: Catarata; Cirurgia de Catarata; Olho Seco;